Uma recente pesquisa científica, envolvendo quase seis mil voluntários e conduzida por pesquisadores argentinos, revela que o medicamento fitoterápico, citisiniclina, também conhecido como cistina, aumenta em mais de duas vezes a probabilidade de cessação do hábito tabágico em comparação com um placebo. Os resultados, publicados na revista científica Addiction em 31 de dezembro de 2023, destacam a segurança e a boa tolerância da cistina nos testes clínicos.
Embora o medicamento não seja uma novidade, pois foi sintetizado em 1964 na Bulgária, apenas agora estudos clínicos rigorosos começaram a ser conduzidos para comprovar seu potencial entre aqueles que desejam deixar de fumar. No Reino Unido, a cistina obteve recentemente aprovação regulatória para uso oficial contra o tabagismo e está disponível desde 22 de dezembro de 2023, mediante prescrição médica.
Joselma Dias da Silva, farmacêutica e coordenadora do GT de Práticas Integrativas e Complementares (PICS) do Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás (CRF-GO), explica o funcionamento do medicamento: 'Um medicamento fitoterápico é provavelmente a primeira forma de medicamento utilizada pelo homem, podendo ser extraído de várias partes das plantas, como folhas, caule e raízes. Em alguns casos, isola-se a substância ativa, tornando a dose de ação mais específica. Como exemplo, a citisiniclina é um fármaco promissor na colaboração da desabituação tabágica', relata Joselma.
A empresa farmacêutica responsável pelo medicamento, a Achieve Life Sciences, anunciou sua intenção de submeter os dados do medicamento para aprovação de uso pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, na primeira metade de 2024. No entanto, ainda não há estimativa para a solicitação de aval em outros países.
Fonte: ASCOM/CRF-GO com informações de O GLOBO
