O consumo de antidepressivos, ansiolíticos e estabilizadores de humor tem aumentado significativamente no Brasil. De acordo com dados do Conselho Federal de Farmácia (CFF), a venda desses medicamentos cresceu cerca de 58% entre 2017 e 2021. Esse aumento reflete a crescente procura da população por soluções farmacológicas para lidar com transtornos mentais.
Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em 2017, apontou que o Brasil é um dos países com os maiores índices de depressão e ansiedade no mundo. Cerca de 5,8% da população sofre com depressão, enquanto 9,3% enfrenta transtornos de ansiedade. Esses números ajudam a explicar a popularidade de medicamentos como ansiolíticos, antidepressivos e sedativos nos últimos anos.
Uso inadequado pode trazer sérios problemas à saúde
O diretor-secretário do Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO), Daniel Jesus, concedeu entrevista à PUC TV Goiás para abordar o crescimento da busca por medicamentos para dormir. Segundo ele, um dos fatores que impulsionam essa procura é a propaganda negativa, que desperta a curiosidade dos consumidores.
Ele cita, por exemplo, o caso do zolpidem, um medicamento usado para induzir o sono, que tem sido cada vez mais procurado devido à ampla repercussão nas redes sociais e na mídia. Muitas pessoas, sem prescrição médica, passaram a buscar esse fármaco sem considerar os riscos envolvidos.
O uso indiscriminado pode causar dependência química, agravamento da ansiedade, comprometimento da memória e dificuldades de concentração.