Os recentes casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas estão chamando a atenção em todo o país. Em São Paulo, a Vigilância Sanitária confirmou duas mortes e ao menos oito internações em menos de três semanas, entre 1º e 18 de setembro, nas cidades de São Paulo, Limeira e Bragança Paulista.
Os relatos são graves: um estudante chegou a perder temporariamente a visão após ingerir bebida contaminada, ficando três dias hospitalizado. O amigo que estava com ele segue em coma há quase um mês. Outra vítima afirmou ter ficado completamente cega depois de consumir três caipirinhas de vodca em um bar da capital paulista.
Diante da gravidade da situação, o CRF-GO alerta a população sobre os riscos do consumo de bebidas falsificadas ou adulteradas, que podem conter metanol, substância tóxica usada como solvente industrial, presente em produtos como combustíveis, tintas e anticongelantes.
A intoxicação por metanol pode ocorrer por ingestão, inalação ou até mesmo pelo contato com a pele. No organismo, o metanol é rapidamente absorvido e metabolizado pelo fígado, gerando compostos altamente tóxicos que podem causar sérios danos ao sistema nervoso, rins, fígado e nervo óptico.
Sintomas de intoxicação por metanol
- Início precoce (0,5 a 4h após ingestão): náuseas, vômitos, dor abdominal, sonolência e confusão mental.
- Período latente (6 a 24h): visão turva, fotofobia, visão dupla (diplopia) e risco de cegueira irreversível.
- Casos graves: acidose metabólica, coma e até óbito.
- Atenção: visão turva com consciência preservada é um sinal de alerta importante para intoxicação por metanol.
Como prevenir
- Evite bebidas de procedência duvidosa ou sem registro.
- Verifique sempre o lacre e o rótulo dos produtos.
- Desconfie de preços muito abaixo do valor de mercado.
Orientação
O CRF-GO reforça que, diante de qualquer suspeita de intoxicação, é fundamental procurar imediatamente uma unidade de urgência e emergência. O diagnóstico rápido e o tratamento adequado são decisivos para salvar vidas e evitar complicações graves.
Por Mayara da Costa - Jornalista do CRF-GO
