Em 2006, o Conselho Nacional de Saúde aprovou a criação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). O projeto, desde o início, é voltado à implementação e execução de tratamentos alternativos e complementares à medicina alopática. 

O tratamento complementar, também conhecido como holístico, é baseado em abordagens que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos de doenças e recuperação da saúde. Por meio de tecnologias eficazes e seguras, as terapias são focadas na escuta acolhedora e desenvolvimento do vínculo integrativo do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. 

Em 2017 foram incorporadas 14 novas práticas, chegando às 19 práticas disponíveis atualmente, que são: 

1.    Arteterapia;
2.    Ayurveda;
3.    Biodança;
4.    Dança circular; 
5.    Homeopatia; 
6.    Medicina antroposófica; 
7.    Medicina tradicional chinesa – que abrange a acupuntura; 
8.    Meditação;
9.    Musicoterapia;
10.    Naturopatia; 
11.    Osteopatia;
12.    Plantas medicinais/fitoterapia;
13.    Quiropraxia;
14.    Reflexoterapia;
15.    Reiki; 
16.    Shantala;
17.    Terapia comunitária integrativa;
18.    Termalismo social/crenoterapia; e
19.    Yoga. 

Também em 2017, foram registrados 1,4 milhão de atendimentos individuais em práticas integrativas e complementares (PICs). A estimativa é que cerca de cinco milhões de pessoas por ano participem dessas práticas no SUS. Outro levantamento feito pelo Ministério da Saúde, em 2018, revelou que as PICs estão presentes em 9.350 estabelecimentos de 3.173 municípios do Brasil, sendo que 88% são oferecidas na Atenção Básica. 

Acupuntura
Originária da milenar Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a acupuntura, segundo a farmacêutica acupunturista Joselma Dias, surgiu na China há aproximadamente 4.500 anos. Atualmente, a prática é a mais difundida e procurada pelos usuários do Sistema Público de Saúde e está presente em 19 estados e 107 municípios, sendo 17 capitais.  

A técnica compreende um conjunto de procedimentos que permitem o estímulo preciso de locais no corpo por meio da inserção de agulhas metálicas que auxiliam na promoção, recuperação da saúde e prevenção de doenças. 

Segundo o farmacêutico e acupunturista Adriano Sullivan, a prática também pode utilizar estímulos com sementes, cristais e laser. “A acupuntura pode ser associada a qualquer outro tipo de tratamento médico, seja ele homeopático, alopático, fitoterápico, entre outros”, apresentou.  Também é comum a utilização de ultrassom e radiações infravermelhas.

A OMS revela que a técnica já se mostrou eficaz nos tratamentos de odontalgias pós-operatórias, náuseas, vômitos pós-quimioterapia, cirurgias em adultos, dependências químicas, reabilitação após acidentes vasculares cerebrais, dismenorréia, cefaléia, epicondilite, fibromialgia, dor miofascial, osteoartrite, lombalgias e asma. Joselma acrescenta que a acupuntura também auxilia a reduzir a quantidade de medicamentos nos tratamentos e o tempo de internações. 

Atuação do farmacêutico na acupuntura
Atualmente vários conselhos de saúde reconhecem a acupuntura como especialidade em nosso país, e os cursos de formação encontram-se disponíveis em diversas instituições voltadas ao ensino de saúde. 

Segundo Adriano Sullivan ainda não existe no Brasil uma regulamentação específica da profissão, desta forma a acupuntura pode ser desempenhada por qualquer profissional da saúde, desde que tenha curso específico e reconhecido pelo respectivo conselho. Segundo Joselma, a especialidade é multiprofissional e exige dos farmacêuticos o mínimo de 1.200 horas/aulas que devem ser cursadas em instituição reconhecida pelo MEC.

Segundo o coordenador do Grupo Técnico de Trabalho em Homeopatia e Práticas Integrativas, Fabian Arantes, a acupuntura é um método terapêutico natural sem efeitos colaterais, que visa o equilíbrio geral do corpo. “Esta técnica não tem contra indicações e pode ser aplicada em qualquer pessoa que busque uma forma natural de tratamento”, expõe.

Homenagem aos acupunturistas 
A Câmara Municipal de Goiânia realiza no dia 28 de março homenagem ao Dia do Acupunturista. A proposta é da vereadora Dra. Cristina Lopes Afonso (PSDB) e a solenidade acontece a partir das 19h. Os farmacêuticos acupunturistas Adriano Sullivan e Joselma Dias da Silva foram convidados a receber a honra. 

Sullivan afirma que esse reconhecimento é muito importante para a profissão, pois irá possibilitar uma maior visibilidade e credibilidade com a técnica e com os profissionais, em especial com os farmacêuticos. 

Para Joselma, o prestígio da Câmara Municipal de Goiânia com os acupunturistas representa um avanço na saúde do país. “Nos motiva a seguir no empenho de repassar a técnica para um maior número de profissionais para assim chegarmos ao equilíbrio”, finaliza. 

Com informações do Ministério da Saúde (MS) e Organização Mundial da Saúde (OMS)