Atuação farmacêutica é essencial na adesão do paciente ao tratamento
Em 14 de novembro é celebrado o
Dia Mundial de Prevenção ao Diabetes, data escolhida para sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre a doença, que acomete mais de 422 milhões de pessoas no mundo, segundo a
OMS (Organização Mundial da Saúde). Como profissional da saúde, é papel do farmacêutico orientar e informar a população sobre os riscos da doença e fazer a diferença na vida do paciente.
O
diabetes é uma doença silenciosa causada pela produção insuficiente ou má absorção de
insulina – hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. Não se trata de uma doença única, mas de um conjunto de doenças com uma característica em comum: aumento da concentração de glicose no sangue e, consequentemente, a diabetes.
Segundo o farmacêutico e coordenador do
GT de Saúde Pública do
CRF-GO,
Wesley Magno, a atuação farmacêutica é essencial na adesão do paciente ao tratamento. Ele explica que o profissional, além de atuar junto à
equipe multidisciplinar de saúde, é responsável por adequar os medicamentos utilizados pelo paciente à sua rotina.
Wesley salienta, ainda, que o farmacêutico, que acompanha casos de diabetes, deve indicar para o paciente outras medidas, como adesão a uma alimentação adequada, atividades físicas e formas de aplicar as doses de insulina, quando for o caso, corretamente.
Dados
A OMS acredita que 1 em cada 11 pessoas no mundo tem diabetes. De acordo com a
Sociedade Brasileira de Diabetes, o Brasil conta com mais de 13 milhões de pessoas acometidas, o que representa 6,9% da população nacional.
Segundo o
Ministério da Saúde (MS), entre 2006 e 2016, houve no Brasil um aumento de 60% no diagnóstico da doença. O MS aponta também que cerca da metade das pessoas que sofrem com a doença desconhecem seu diagnóstico.
Tipos de diabetes
O diabetes pode se apresentar de diversas formas e possui vários tipos diferentes. Os mais comuns são:
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Diabetes tipo 1: ocorre quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina
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Diabetes tipo 2: ocorre quando células do corpo são resistentes à ação da insulina
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Diabetes gestacional: ocorre durante a gravidez e, na maior parte dos casos, é provocado pelo aumento excessivo de peso da mãe
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Pré-diabetes: acontece quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas ainda não caracterizam Diabetes Tipo 1 ou Tipo 2
Causas
As causas do tipo de diabetes ainda são desconhecidas. No entanto, obesidade, fatores genéticos, sedentarismo,
hipertensão, altas taxas de colesterol e triglicérides, uso de medicamentos à base de cortisona, idade acima de 40 anos e
estresse emocional, são alguns dos fatores ligados ao desenvolvimento da doença.
Existem, ainda, outros fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento, como: diagnóstico de pré-diabetes; doenças renais crônicas; mulher que deu à luz criança com mais de 4kg; diabetes gestacional; síndrome de ovários policísticos; diagnóstico de distúrbios psiquiátricos, como esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar; e apneia do sono.
Sintomas
Os principais sintomas do diabetes são: fome, sede excessiva e vontade de urinar várias vezes ao dia. Em casos de diabetes tipo 1, os sintomas podem incluir: perda de peso, fraqueza, fadiga, mudanças de humor, náusea e vômito.
No tipo 2, pode ser comum: formigamento nos pés e mãos, feridas que demoram para cicatrizar, visão embaçada e infecções frequentes na bexiga, rins e pele.
Riscos
Quando não tratado corretamente, o diabetes pode evoluir para formas mais graves e apresentar diversas complicações, como neuropatia diabética, problemas arteriais, amputações, doença renal, pé diabético, problemas nos olhos, glaucoma, catarata, retinopatia, ansiedade, depressão, problemas sexuais e até a morte.
Prevenção
Praticar atividades físicas regularmente, evitar consumo de álcool, tabaco e outras drogas, são algumas das formas de prevenção. Seguir uma alimentação saudável com consumo diário de verduras, legumes e frutas, reduzir a ingestão de sal, açúcar e gorduras e manter o peso controlado, também são fatores protetores.
Diagnóstico
O diagnóstico de diabetes normalmente é feito usando três exames:
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Glicemia de jejum: mede o nível de açúcar no sangue e serve para monitorização do tratamento de diabetes. Os valores de referência ficam entre 70 a 99 miligramas de glicose por decilitro de sangue (mg/dL).
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Hemoglobina glicada: avalia a fração da hemoglobina – proteína dentro do glóbulo vermelho – que se liga à glicose.
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Curva glicêmica: mede a velocidade com que o corpo absorve a glicose após a ingestão. O paciente ingere 75g de glicose e é feita a medida das quantidades da substância em seu sangue após duas horas da ingestão.
Tratamento
Ainda não existe cura para a doença e o diagnóstico precoce é o primeiro passo para sucesso no tratamento, que pode envolver acompanhamento de saúde especializado e cuidados de equipe multidisciplinar.
Pacientes que apresentam diabetes do Tipo 1 precisam de injeções diárias de insulina para manterem a glicose no sangue em valores considerados normais. Pacientes que apresentam diabetes Tipo 2, o tratamento consiste em identificar o grau da doença e fazer uso de medicamentos adequados.
SUS
O
Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente ações de prevenção, detecção, controle e tratamento medicamentoso, inclusive com insulinas. O programa Aqui Tem Farmácia Popular, parceria do Ministério da Saúde com mais de 34 mil farmácias privadas em todo o país, também distribui medicamentos gratuitos. Para monitoramento do índice glicêmico, também está disponível nas Unidades Básicas de Saúde reagentes e seringas.
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*Com informações de Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana de Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, R7, Abril, Sociedade Brasileira de Análises Clínicas e Dráuzio Varella.