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Farmácias magistrais remediam o desabastecimento de medicamentos

Diante do desabastecimento de medicamentos que o Brasil enfrenta, em função da falta de insumos majoritariamente importados da China, as farmácias magistrais são alternativa para a manipulação individualizada de medicamentos que sumiram das prateleiras das farmácias.

“Além da intercambialidade de medicamentos, que o farmacêutico pode fazer para receitas que não sejam controladas, o Conselho de Farmácia destaca a manipulação como opção terapêutica para amenizar o impacto da falta de medicamentos”, recomenda a presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás (CRF-GO), Lorena Baía. “Temos de unir esforços para preservar a saúde da população e superar esse momento delicado pelo qual o Brasil está passando”, reitera.

“Temos condições de produzir os mesmos medicamentos, de forma personalizada”, assegura a farmacêutica Mara Rúbia Ferreira de Freitas, presidente da Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag) Regional Goiás/Tocantins e membro do Grupo Técnico de Trabalho (GT) de Farmácia Magistral do CRF-GO.

Para que a população não fique sem o medicamento, é importante, entretanto que o médico prescritor receite o medicamento não pela marca ou indústria, mas pelo princípio ativo, e, para a manipulação, que indique essa opção, com a quantidade de cápsulas de acordo com o tempo de tratamento, na quantidade exata necessária, especialmente em caso de antibióticos.

“A farmácia de manipulação tem um papel e uma relevância muito importante diante do desabastecimento e pode suprir essa necessidade. Produzimos xaropes, soluções orais, pomadas, cremes, gomas, comprimidos sublinguais, óvulos, supositórios; as mais diversas apresentações de vários medicamentos, inclusive antibióticos, anti-histamínicos e soluções mais favoráveis para idosos e crianças”, explica Mara Rúbia.

De acordo com a presidente regional da Anfarmag, a matéria-prima utilizada pelas farmácias magistrais também é importada e tem a mesma origem, mas, como a compra é em menor quantidade, os estabelecimentos conseguem manter os estoques. Segundo ela, o preço é compatível com os medicamentos industrializados do mercado, mas pode até ser menor, e o prazo médio de produção é de 24 horas, mas, dependendo da urgência e da farmácia, pode ser menor.

 

Controle de qualidade

 

As farmácias de manipulação possuem o mesmo controle de qualidade e passam por inspeção assim como as demais farmácias. São fiscalizadas pelo CRF-GO e pelos órgãos da Vigilância Sanitária. Assim como as demais, devem oferecer assistência farmacêutica durante todo o seu horário de atendimento, com orientações sobre o uso do medicamento, efeitos colaterais, interações medicamentosas, contraindicações etc.

“É um processo artesanal, individualizado e bastante profissionalizado”, define Mara Rúbia. O medicamento, segundo ela, é manipulado na dose exata que o paciente irá precisar, evitando o desperdício. “Isso evita ainda que outra pessoa use esse medicamento de forma errada e impede ainda que o resto do medicamento seja descartado, muitas vezes de forma inadequada, contaminando o meio ambiente”, elucida.

 

Crescimento do setor

 

Goiás conta hoje com 195 farmácias de manipulação em todo o Estado, segundos dados do CRF-GO. Somente em Goiânia, são 55 estabelecimentos deste tipo. No Brasil todo, são 8.391 farmácias magistrais. O setor apresenta crescimento progressivo, mesmo em época de retração econômica. Segundo a Anfarmag, o faturamento nacional cresceu 10,5% em 2021, se comparado ao ano anterior. E a contratação de funcionários também subiu 6% no mesmo período.

A empresa goiana Naturofarma, que possui duas unidades em Goiânia, também é um exemplo desse crescimento. A farmácia apresentou crescimento de cerca de 12% em 2020 e de 10% em 2021. “Trabalhamos para continuar crescendo, expandir o teleatendimento e o serviço de entrega, que cresceram muito durante a pandemia. Devido à correria do dia a dia, os clientes procuram comodidade e atendimento rápido”, planeja Mara Rúbia Ferreira, proprietária da Naturofarma.

Na cadeia de lojas da Farmácia Artesanal, que tem unidades em sete estados e no Distrito Federal, o movimento vem aumentando desde o início da pandemia. Somente a venda de antibióticos e de anti-histamínicos cresceu 30% desde o início deste ano. O farmacêutico e CEO do Grupo Farmácia Artesanal, Evandro Tokarski, reforça que o segmento desempenha relevante papel de atenção à saúde da população. “Temos a possibilidade de adequação de dosagens de acordo com a prescrição médica, transformando o medicamento em algo único, com dose personalizada que assegura qualidade, segurança e eficácia”, destaca.

Não é a primeira vez que a farmácia magistral é acionada para remediar o desabastecimento. No início da pandemia do novo coronavírus, ainda nos primeiros meses de 2020, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu aval para que as farmácias magistrais atuassem na manipulação de antissépticos ou sanitizantes oficinais para evitar o desabastecimento de insumos em razão da elevada e repentina demanda.

As farmácias passaram a manipular insumos que já estavam em falta, como o álcool em gel, a?lcool eti?lico 70% (p/p), a?lcool eti?lico glicerinado 80%, a?lcool isopropi?lico glicerinado 75%, a?gua oxigenada 10 volumes e digliconato de clorexidina 0,5%. A determinação da Anvisa potencializou a atuação das farmácias magistrais no enfrentamento do vírus com as Resoluções de Diretoria Colegiada – RDC 347/20 e RDC 67/07. Segundo a agência reguladora, as farmácias de manipulação “já têm expertise para a manipulação de medicamentos e outros produtos”.

 

Legislação

 

Em Goiás, a atuação da farmácia magistral também vem sendo ampliada graças a um trabalho conjunto do CRF-GO com a Anfarmag Goiás/Tocantins. Neste mês, as instituições comemoraram a aprovação da Lei N.º 21.541 que amplia a atuação da farmácia magistral no Estado de Goiás. A nova lei altera a Lei N.º 18.135, de agosto de 2013, que dispõe sobre a regulamentação das atividades suplementares em farmácias e drogarias, estabelecendo práticas e atividades que promovam a saúde da população.

“É um ganho muito positivo para a farmácia magistral e para toda a classe farmacêutica”, comemorou a vice-presidente do CRF-GO, Luciana Calil, ao lado do relator do projeto de lei, o deputado Bruno Peixoto, dos membros do GT de Farmácia Magistral do CRF-GO e da Anfarmag Goiás/Tocantins Walkíria Simone Tokarski e Anderson Ghizzoni e do superintendente de Gestão Estratégica do Conselho, Edmar Viggiano,

De acordo com a Lei N.º 21.541, passa a ser permitida a comercialização nas farmácias de manipulação de cápsulas oleaginosas e fitoterápicas; pilhas, baterias e acumuladores de eletricidade para manutenção dos produtos e produtos e acessórios utilizados nas práticas integrativas e complementares, tais como: óleos essenciais, sais de banho e florais industrializados. O CRF-GO e a Anfarmag continuam trabalhando para que a atuação da farmácia magistral seja ainda mais ampliada e para que a população tenha mais serviços de saúde à sua disposição.

 

Fonte: Comunicação do CRF-GO

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