“Eu me automediquei com Ibuprofeno achando que era uma gripe mais forte ou até cólica menstrual porque sentia fortes dores de cabeça e dor no abdômen. Tive sangramento na gengiva e fortes dores pelo corpo, corri para o hospital e descobri que na verdade eu estava com dengue”, foi assim que a advogada Luanna Gabrielle, de 37 anos, após automedicar-se com ibuprofeno que é o fármaco ácido isobutilpropanoicofenólico, do grupo dos anti-inflamatórios não esteróides utilizado para o tratamento da dor, febre e inflamação, e foi parar no hospital chegando a ser internada.
Após o relato impactante de Luanna Gabrielle, é crucial destacar a gravidade do problema da automedicação, especialmente em casos como este, onde os sintomas podem mascarar condições mais sérias, como a dengue.
Os números alarmantes de casos de dengue no Brasil reforçam a urgência em conscientizar a população sobre os riscos dessa prática. Apenas nos primeiros três meses de 2024, o país registrou 1.626.707 casos prováveis da doença, um aumento significativo em relação aos anos anteriores. Em Goiás, a situação não é diferente, com 53.686 casos confirmados de dengue.
O cenário se agrava com nove estados já em estado de emergência devido à doença: Acre, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Amapá, o Distrito Federal, e recentemente, São Paulo.
Daniel Jesus, diretor-secretário do Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás (CRF-GO) explica que a automedicação, especialmente com medicamentos anti-inflamatórios como o Ibuprofeno, é perigosa por aumentar o risco de complicações em casos de dengue.
A Superintendente de Vigilância Sanitária da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás, Flúvia Pereira Amorim da Silva, explica que medicamentos como ibuprofeno são contraindicados porque podem aumentar o risco de sangramento, que é uma complicação grave da doença.